Brigadas do Tigre. Trama criativa em fins de belle epoque.

  Nei Nordin

Brigadas do Tigre é uma produção francesa dirigida por Jérôme Cornuau e François Cornuau, lançada em 2006. A trama se passa durante a belle epóque e a França está assolada por uma onda de crimes em meio a ações anarquistas e uma onde de atentados terroristas. Em 1907 o ministro do interior George Clemenceau, conhecido como “o tigre” cria uma força especial de polícia. A primeira de que se tem notícias a utilizar automóveis.

Brigadas do Tigre 02O que parece ser apenas mais um assalto a uma das carroças que transportam valores de um grande banco, desperta a curiosidade da polícia pelo curioso detalhe de que nenhuma soma de dinheiro foi roubada, apenas uma caderneta de couro. Muito em breve (1912) Paris receberá a visita do príncipe Andrei Bolkonski, primo do czar Nicolau II, para negociar uma aliança militar entre Paris, Moscou e Londres numa tríplice entente (apesar de a legenda em português traduzir o acordo como “tríplice aliança”).

O ponto da trama gira em torno dos investimentos realizados pelo povo francês em títulos do tesouro russo. Este fundo está sendo sangrado em bilhões de francos por políticos e homens de finanças, com o aval do príncipe Bolkonsky. Todas estas operações estão descritas em código na caderneta roubada da carroça de valores.

Brigadas do Tigre 03Aprecio bastante este tipo de filme que se insere em um contexto real. Percebemos o desfilar de vários personagens históricos como o político e jornalista Jean Jaurès e seu jornal L’Hianité. Também o anarquista Jules Bonnot participa do bando que promove o assalto inicial. Merece menção a participação da bela Diane Kruger no papel da princesa Constance Radetsky.

Enfim e encerrando aqui para não dar spoiler, Brigadas do Tigre é um filme com um enredo criativo e com referências históricas interessantes. Um mundo que está prestes a mergulhar no caos de uma guerra mundial que mudará tudo. Vale o tempo despendido para assisti-lo.

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