A expressão remonta à arquitetura colonial portuguesa e deriva do latim “area”: um espaço de terra batida, lajeada ou cimentada, próximo às casas, nas aldeias portuguesas, onde se malhavam, trilhavam, limpavam e secavam cereais. Depois da colheita, os cereais ficavam ao ar livre e ao sol, a fim de serem preparados para a alimentação ou para serem armazenados.
Ser possuidor de uma eira significava ser proprietário e produtor detendo terras e bens. Era o sinal de riqueza, poder e status social
A beira era a aba da casa. Uma extensão do telhado que servia para proteção da chuva. Quem não tinha “eira nem beira” não era dono de terra nem de casa: um sem teto e um sem terra.
A expressão ganhou popularidade principalmente devido à sua rima e por referenciar uma multidão cada vez maior de famintos e miseráveis que viviam à espera de esmolas e de dias melhores.
Quem tinha: somente a eira, era considerado pobre; eira e beira eram que tinham “mais ou menos” e quem possuía eira, beira e tribeira eram ricos. Foi aí que surgiu a expressão “sem eira, nem beira”. Assim disseminou-se o hábito de colocar três níveis de telhado nas casas coloniais, demonstrando riqueza!
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