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O que é a Matrix? A sociedade de consumo por Marx e Baudrillard

Home Sobre Sobre Mim Sobre o Site Textos Cinema e TV Comportamento Educação Filosofia Games História Imagens Literatura Música Notícias Opinião Política Quadrinhos Tecnologia Contato Home Sobre Sobre Mim Sobre o Site Textos Cinema e TV Comportamento Educação Filosofia Games História Imagens Literatura Música Notícias Opinião Política Quadrinhos Tecnologia Contato Erick Morais “Você quer saber o que é a Matrix? Matrix está em toda parte […] é o mundo que acredita ser real para que não perceba a verdade.” O que é a Matrix? Essa é a pergunta feita por Neo, mas de tão intrigante que é, o telespectador atento a internaliza como sua e, assim, passa a questionar-se. Morpheus, o grande filósofo da obra cinematográfica, diz em dado momento a Neo que somente ele pode descobrir, de fato, o que é a Matrix, do mesmo modo, que somente cada um de nós pode descobrir essa verdade. “Infelizmente, é impossível dizer o que é a Matrix. Você tem de ver por si mesmo”. Sendo assim, a descoberta da realidade é um ato individual, ainda que possa ser influenciado por outrem, e que depende de vontade e coragem. É muito mais fácil permanecer seguindo a rotina cotidiana, fazendo parte de uma engrenagem, como gostam de falar os positivistas. A dificuldade reside em enfrentar as condições dadas, a fim de que se possa atingir a consciência do real, tornando-se um inadequado social. A escolha entre a pílula azul e a vermelha é o que determina se você quer saber o que é a Matrix. Se você decidiu pela pílula azul, por favor, não continue. Caso, ainda esteja lendo, escolheu a vermelha. Sábia escolha. Seguem as palavras de Morpheus sobre o que é a Matrix: Neo: O que é a Matrix? Morpheus: Você quer saber o que é a Matrix? Matrix está em toda parte […] é o mundo que acredita ser real para que não perceba a verdade. Neo: Que verdade? Morpheus: Que você é um escravo, Neo. Como todo mundo, você nasceu em um cativeiro. Nasceu em uma prisão que não pode ver, cheirar ou tocar. Uma prisão para a sua mente. A Matrix, dessa forma, é a construção artificial de uma realidade que se reveste de aparências determinadas pela nossa mente. É uma hiper-realidade, uma espetacularização, dada pelos dominantes e que aceitamos como verdadeira. Como prisão “tradicional”, haveria repulsa e todos combateriam tal prisão. No entanto, quando se criam gaiolas enfeitadas e cheias de distrações, passamos a não perceber (ou não querer perceber) que, embora existam “atrativos”, ainda estamos em uma prisão. E como toda prisão, há controle, coerção e cerceamento de liberdade. Todos os elementos que formam a Matrix não passam de manipulações sígnicas feita por aqueles que detêm o monopólio das relações de força, para usar um termo de Foucault, e que nós aceitamos como verdadeiras. Assim, internalizamos as coisas a partir de seu valor simbólico, o que leva, por consequência, a um mundo de simulacros. Embora, o simulacro seja uma versão simulada da realidade, a sua construção se dá de uma forma tão cuidadosa que a ilusão passa a substituir o real no imaginário das pessoas. Estas ficam condicionadas de tal maneira que se recusam a aceitar que aquele mundo é apenas uma ilusão. Morpheus chega a alertar Neo para isso, afirmando-lhe que alguns indivíduos estão tão habituados àquela realidade que defenderão o sistema. Esse fato demonstra que a força do dominante consiste no nosso consentimento, uma vez que aceitamos uma realidade que nós é passada sem o menor poder de questionamento. Pelo contrário, procuramos aumentar a nossa dependência e alienação ao sistema, o que em uma sociedade de consumo, obviamente demonstra-se pelo consumismo. A de se considerar que o problema não é o consumo, mas sim, o valor simbólico que é dado às mercadorias, criando a hiper-realidade da Matrix. Essas ideias de Baudrillard podem ser percebidas também em Marx, a saber, na relação de fetichismo da mercadoria, em que as pessoas passam a atribuir às mercadorias um valor quase divino, as consumindo pela sua transcendência, isto é, pela capacidade que certas mercadorias têm de elevar o indivíduo perante os outros. O que não percebemos (ou não queremos perceber), mais uma vez, é que a Matrix, a nossa sociedade consumista, cria um exército de servos voluntários, que aceita os grilhões impostos pelos dominantes através da publicidade, como se fossem soluções mágicas de felicidade. Tomando suas pílulas azuis todos os dias, distanciam-se de si mesmos e, portanto, do autoconhecimento, tão necessário à libertação, já que, como dito, a libertação é individual e se o indivíduo não busca autoconhecer-se a fim de pensar de forma crítica o mundo que o circunda, torna-se impossível enxergar a Matrix. A decisão entre sair ou permanecer na caverna é difícil desde Platão. Entretanto, a coragem é o que separa as almas livres dos meros autômatos que nos tornamos. A coragem é que faz um homem decidir tomar a pílula vermelha e livrar-se das amarras que tornam o mundo mais “bonito”. A coragem é que faz o homem manter-se erguido percebendo a decadência da humanidade fora da hiper-realidade. A coragem é o que permite que alguns homens lutem pela liberdade daqueles que se acham livres por poderem escolher entre o Bob’s e o McDonald’s. A coragem é o que falta para aqueles que insistem em continuar em dobrar a colher e não percebem que são eles que se dobram, pois como disse Goethe: “Não existe pior escravo do que aquele que falsamente acredita estar livre.” Texto coletado do blog Obvious. http://obviousmag.org/   Rede social Facebook-f Twitter Instagram Flickr 500px Desenvolvido por Kia Soluções

Nietzsche e o eterno retorno

Home Sobre Sobre Mim Sobre o Site Textos Cinema e TV Comportamento Educação Filosofia Games História Imagens Literatura Música Notícias Opinião Política Quadrinhos Tecnologia Contato Home Sobre Sobre Mim Sobre o Site Textos Cinema e TV Comportamento Educação Filosofia Games História Imagens Literatura Música Notícias Opinião Política Quadrinhos Tecnologia Contato – Rafael Trindade “O maior dos pesos – E se um dia, ou uma noite, um demônio lhe aparecesse furtivamente em sua mais desolada solidão e dissesse: ‘Esta vida, como você a está vivendo e já viveu, você terá de viver mais uma vez e por incontáveis vezes; e nada haverá de novo nela, mas cada dor e cada prazer e cada suspiro e pensamento, e tudo o que é inefavelmente grande e pequeno em sua vida, terão de lhe suceder novamente, tudo na mesma sequência e ordem – e assim também essa aranha e esse luar entre as árvores, e também esse instante e eu mesmo. A perene ampulheta do existir será sempre virada novamente – e você com ela, partícula de poeira!’. – Você não se prostraria e rangeria os dentes e amaldiçoaria o demônio que assim falou? Ou você já experimentou um instante imenso, no qual lhe responderia: “Você é um deus e jamais ouvi coisa tão divina!”. Se esse pensamento tomasse conta de você, tal como você é, ele o transformaria e o esmagaria talvez; a questão em tudo e em cada coisa, “Você quer isso mais uma vez e por incontáveis vezes?‟, pesaria sobre os seus atos como o maior dos pesos! Ou o quanto você teria de estar bem consigo mesmo e com a vida, para não desejar nada além dessa última, eterna confirmação e chancela” – Friedrich Nietzsche, Gaia Ciência, 341 O Eterno Retorno talvez seja um dos pensamentos mais conhecidos e importantes de Nietzsche. Procurando encontrar alternativas para fugir do niilismo decorrente da morte de Deus, o pensador alemão invoca a ideia do Eterno Retorno como possibilidade de aceitar e afirmar a vida. O importante não é pensá-lo como uma hipótese cosmológica, mas sim como um desafio ético, um pensamento seletivo. Você viveria sua vida mais uma vez e outra, e assim eternamente? Se fosse condenado a viver a mesma existência infinitas vezes, e nada além disso, como se sentiria? O Eterno Retorno é o niilismo usado como ferramenta contra ele próprio. Este pensamento é um teste que só os fortes podem suportar, um pensamento que seleciona as forças ativas. Caso se ame a vida e a frua autenticamente, a ideia do Eterno Retorno é uma bênção. Mas caso se esteja esperando pela próxima, guiando sua existência por uma pós-vida, amaldiçoando esta, neste caso, o pensamento de tudo voltar eternamente seria encarado como uma maldição. Aqueles que ainda podem nadar, abrem seu caminho em meio ao mar caótico das forças e chegam em terras desconhecidas, mas o mais pesado dos pesos faz naufragar os escravos da moral. Para Nietzsche, este pensamento supera todas as religiões e metafísicas porque mantém o centro de gravidade ética no real, não se busca por justificativas além-mundo para valorizar esta existência, ela se justifica por si mesma. O sem-sentido é uma operação seletiva. Mas a seleção é bem diferente da platônica. Aqui a ideia é destruir em nós o que não pode ser salvo e voltar a criar o que possui a capacidade de criar. O martelo de Nietzsche serve para destruir e construir. Ele libera as forças corrompidas pelo ideal. O Eterno Retorno seleciona porque dilacera quando passivamente interpretado e leva ao êxtase quando ativamente interpretado. Com a morte de Deus, o mundo perde todos os parâmetros transcendentes em que se guiava. Não temos mais certo e errado, bem e mal como valores que alguma divindade nos revelaria, tudo passa a ser determinado pelo homem, construído e destruído exclusivamente por ele. O Eterno Retorno é o niilismo mais selvagem que assusta aqueles que buscam um sentido. Ele abre dois caminhos: um onde a exaustão se esgota por si mesma; outro onde a abundância se supera: se separa e se expande. Pois bem, se a vida não tem sentido fora da própria vida, se não há valores transcendentes, então não há nenhum sentido na vida fora dela mesma, e não há uma entidade para julgar nossas ações. O Eterno Retorno coage o indivíduo a dar sentido por si mesmo. Ele se torna criador de valores, operando uma transvaloração de todos os valores. Esta capacidade de criar e ser juiz é o que justificará sua existência. Ele precisa escolher e criar pensando “viveria isso eternamente?”, “se tudo retorna, que forças justificam seu retorno?”. A ideia de que tudo pode retornar exatamente igual nos torna infinitamente responsáveis por nossas escolhas e atitudes. Como seremos obrigados a vivê-las infinitas vezes, precisamos fazer o melhor possível, aqui e agora. Precisamos viver de modo que repetir tudo outra vez seja uma bênção! A vida não tem sentido? Ótimo! Melhor assim! Já imaginaram como seria se o mundo já estivesse justificado por um decreto divino? Já estivesse tudo decidido por algum ser superior? Por qualquer entidade que seja? Que tédio! Isso sim seria um terrível fardo! Não haveria sentido em criar nada. A moral, a religião, protegeram até agora a vida do sem-sentido, mas o Eterno Retorno é capaz de liberar as forças e diferenciar. Este é o papel do pensamento seletivo, acelerar a decadência nos permite ver quais forças devem se salvar e quais devem ser aniquiladas. Portanto, o maior de todos os pesos é também o maior de todos os presentes: se tudo retorna, a vida não tem sentido! Nós damos sentido a nossas vidas, como um artista que dá sentido a sua obra. Que bênção! Temos a chance, esta sim nos parece divina, de sermos responsáveis por nossa própria criação. Nietzsche abriu a possibilidade de nos tornamos artistas! Esculpindo-nos como nossa própria obra de arte; dançando a música da vida, não pelo que acontece depois que ela termina, mas pelo prazer do ritmo e da melodia. Texto coletado do

The Walking Dead. Uma perspectiva filosófica

Home Sobre Sobre Mim Sobre o Site Textos Cinema e TV Comportamento Educação Filosofia Games História Imagens Literatura Música Notícias Opinião Política Quadrinhos Tecnologia Contato Home Sobre Sobre Mim Sobre o Site Textos Cinema e TV Comportamento Educação Filosofia Games História Imagens Literatura Música Notícias Opinião Política Quadrinhos Tecnologia Contato – Criação coletiva* The Walking Dead – os mortos errantes, ou mortos que andam – é uma série televisiva lançada em 2010, que tem até agora sete temporadas. Sua história surgiu em 2003, em uma HQ,  criada por Robert Kirkman, Tony Moore e Charlie Adlard e serviu de inspiração para o principal produtor da série: Frank Darabont. A série fala sobre uma distopia estadunidense (porque as tragédias sempre acontecem nos Estados Unidos…) em que um vírus surge e PLAU! Todos viram zumbis. P.S. Nessa distopia, nunca se ouviu falar de zumbis, e nas sete temporadas, a palavra zumbi nunca foi citada. Sem filmes ou a menor noção do que é zumbi, as pessoas não tem nenhuma ideia do que fazer. Obrigada aos criadores de filmes de zumbi, vocês podem estar salvando vidas. Todos se desesperaram, e os zumbis dominaram a terra. Despreparados, os sobreviventes tentaram reagir, mas ninguém sabia o que fazer. O caos se instalou. A série, mesmo tendo temática zumbi, não os retrata como protagonistas. O que rouba a cena e tem o foco são as relações humanas. Após uma análise da primeira temporada da série, e tendo o cuidado de evitarmos spoilers desnecessários, podemos observar vários pontos onde há inferência filosófica. Vamos por partes, resumindo a trama da primeira temporada e ressaltando os pontos onde a filosofia pode ser vista, aplicada e refletida. Vamos começar do começo: O vice xerife Rick Grimes está em uma perseguição junto com os outros colegas polícias, incluído seu melhor amigo Shane, quando leva um tiro. O mundo ainda estava normal, e Rick foi levado diretamente à um hospital. Em estado grave, o xerife entra em coma, mas todos acreditam que ele irá melhorar, e realmente melhora, contudo, talvez fosse melhor nem ter despertado. Após acordar do coma, Rick se vê sozinho em um hospital destruído e cheio de cadáveres. Assustado, desesperado e sem nenhuma ideia do que estava acontecendo, o policial protagonista tem como único objetivo encontrar sua família. Sem saber o que tinha acontecido com tudo, e ainda debilitado, acaba por encontrar Morgan e seu filho, que ainda permaneciam em casa, e não em um grupo de sobreviventes, porque Morgan se via incapaz de deixar sua esposa – que era uma errante – e não encontrava coragem de dar-lhe o tiro de misericórdia. Assim, e movido pelo amor, Morgan acaba colocando a si mesmo e ao filho em risco. Sem spoilers, mas isso acaba prejudicando-o muito no futuro. A emoção, prejudicial para um bom julgamento, deixa Morgan incapaz de tomar as decisões certas para proteger a si mesmo e ao filho, confirmando os pensamentos do filósofo alemão Immanuel Kant, que via a emoção como algo que apenas atrapalhava a moral, a ética, obstruía a visão do que era realmente certo e atrapalhava a tomada de decisões. Aparentemente, nesse momento, ele estava certo… Enfim, Rick deixa-os para trás, indo para Atlanta onde, segundo boatos, há um grande grupo de sobreviventes. Movido pela vontade de encontrar sua família, torcendo para que eles estivessem bem, Rick pegou um carro – até ele ficar sem gasolina e trocar por um cavalo – e foi-se para Atlanta. Chegando lá, viu-se cercado por zumbis, que ficaram bastante empolgados quando sentiram o cheiro de carne fresca. Como o ser humano egoísta e egocêntrico, deixou o cavalo para morrer e escondeu-se em um tanque de guerra. Acabou sendo encontrado por alguns sobreviventes que roubavam estoques de lojas em busca de suprimentos. Em meio ao caos, a “ética” de nada valia. A mutabilidade diante do caos é mais forte. Heráclito afirma que nada é definitivo e que os valores podem mudar em meio ao caos. Eles precisavam furtar para sobreviver. Nesse caso, seria considerado Furto Famélico, certo? O furto famélico é o furto realizado para saciar uma necessidade urgente e relevante. É o furto para comer pois, se não furtasse, morreria de fome. É o furto de um remédio essencial para sua saúde, um cobertor em uma noite de frio, ou roupas mínimas para se vestir. Tendo o direito à vida e a manutenção dela, numa situação crítica e emergencial o furto para sobreviver pode sim ser opção. Nada mais justo sendo que não há ninguém para cobrar ou manter os itens. A necessidade gera novas visões. O instinto de sobrevivência fala mais alto. De toda forma Rick acaba “entrando” no grupo e já de cara mostra sua autoridade e o espírito de liderança esperado de um mocinho. Depois de certos conflitos entre T-Dog e Merle, por questões raciais (é absurdo como, mesmo em tempos apocalípticos ainda haja a presença marcante de todo tipo de preconceito, mas falemos disso mais tarde…), Rick impõem-se e algema Merle num cano no telhado. Quando o prédio é invadido por zumbis, T-Dog tem que ser rápido, e acaba perdendo a chave da algema… ajudar e correr riscos ou fugir e garantir sua sobrevivência? T-Dog faz a segunda escolha. O sentir o conduz, como diria Rousseau, e embora a razão o alerte de que o certo a se fazer era ajudar Merle, o instinto de sobrevivência tende a falar mais alto. Após conseguirem fugir dos “mordedores” –um dos muitos nomes que os zumbis receberam na série -, eles retornam ao acampamento de sobreviventes, dessa vez acompanhados por Rick, que se emociona ao ver a esposa, o filho e o melhor amigo bem. Sem saber dos chifres que carrega, o xerife não poderia estar mais feliz. Shane, melhor amigo de Rick, se apaixonou por Lori, esposa deste, que acreditando na morte do marido, retribui aos sentimentos do policial. Contudo, com a volta de Rick, após tudo o que aconteceu em Atlanta e o inegável espírito de liderança dele, Shane se vê dividido entre o que

Charles Bukowski: uma visão peculiar do ser humano

Home Sobre Sobre Mim Sobre o Site Textos Cinema e TV Comportamento Educação Filosofia Games História Imagens Literatura Música Notícias Opinião Política Quadrinhos Tecnologia Contato Home Sobre Sobre Mim Sobre o Site Textos Cinema e TV Comportamento Educação Filosofia Games História Imagens Literatura Música Notícias Opinião Política Quadrinhos Tecnologia Contato – Stephani Viñas O que o nome Bukowski diz a você? Charles Bukowski? Nada? Nunca ouviu falar? Pois bem, digo que estas perdendo tempo! Charles Bukowski, (em minha opinião) é um ótimo escritor. Ele não tem medo de escrever, deixa a alma livre. Críticos? Bom, acho que ele pensa: “dane-se as criticas, eu sou o escritor, se não fosse por mim, você não teria algo útil para ler”. Desculpe, estou sendo rude? Penso que não. E se você é do tipo de pessoa extremamente sensível que não aceita palavras sinceras em tom áspero, não o leia. Mas continuo a avisar, se não ler, estarás perdendo tempo! Alguns admiradores poderiam descrevê-lo como uma espécie de deus, outros diriam que é um gênio, e a maior parte, que é um louco completo. Mas, diga-me que espécie de gênio não é um pouco louco? Confesso que ele é um pouco excêntrico e aparenta uma incrível falta de fé em qualquer tipo de deus que não seja uma boa bebida alcoólica. Apesar de seu grande problema com bebidas, e por mostrar seu desprezo pela maioria da espécie humana, não temos como ignorá-lo, ele mostra a verdade nua e crua que não queremos enxergar, como a maioria das pessoas agem e como pensam, quais são os valores pelos quais prezam e guiam sua conduta, e apesar de ser um escritor do século passado, é como se ele descrevesse pessoas de hoje. Falando em atualidade, Bukowski tinha uma visão própria do amor, ele descrevia o amor como algo extremamente complexo, que ele próprio não seria capaz de enfrentar, mas calma, ele não era de todo amargo. Mostrava em alguns trechos de suas obras pequenos fragmentos de emoção que poderiam até ser amor… “Porque o amor cara, amor é para aqueles  que aguentam sobrecarga psíquica” “Eu estava apaixonado por ela. Muitas vezes pensei em lhe escrever para dizer como ela era maravilhosa, mas, não sei por que, nunca escrevi” O escritor em determinados momentos também parecia desiludido, como se tivesse sido deixado. Tinha um tom amargurado na maioria de suas criações, transformava seus encontros com belas damas em apenas mais uma noite como item de coleção, e ainda dizia “um dia vou escrever sobre você”. Algumas pessoas mais retraídas, diriam que não passa de promiscuidade, que o autor usava as mulheres como um simples objeto. Feministas de plantão ficariam horrorizadas, mas até mesmo eu, que sou do sexo feminino, acabei achando interessante o ponto de vista do autor. Ele relatou em um de seus contos, que levava o nome de “mulheres” que para ele, o ato sexual nunca seria tão intimo quanto um beijo, que achava errado o julgamento das pessoas em relação a isso, que beijavam qualquer um sem ao menos conhecer, aparentemente ele via o beijo como uma demonstração de amor, que não deveria ser usada em vão, mas que o sexo seria uma simples troca de prazeres. Opto aqui por não transcrever os trechos mais explícitos. O leitor interessado deverá garimpá-lo em seus contos. Não tem como não perceber este aspecto. Sobre seus escritos mais “desiludidos”, não posso deixar de citar os que seguem: “E o amor é uma palavra Usada muitas vezes, E muitas vezes cedo demais” “Eram dez horas da noite. A lua estava cheia E minha vida não tinha sentido” “Encontre o que você ama E deixe isso mata-lo” Ele também tinha uma visão diferente sobre os escritores, não gostava dos demais, nunca lia nada que não fosse dele, e não suportava ficar rodeado por estes. Achava que quanto mais sucesso fizessem, pior eles eram, pois, quando o autor passa a julgar o próprio trabalho acabava se tornando cego aos próprios erros. “Escritores de muito sucesso são como presidentes: Ganham votos porque a multidão enlouquecida Reconhece algo deles em si” -Escrever para não enlouquecer. Sua forma distinta de ver o mundo e as pessoas a sua volta é um tanto polemica e algumas pessoas podem não gostar, mas se você abrir a sua mente, e tentar entrar no ritmo, no modo de pensar do autor, certamente descobrirá não um mundo novo, mas uma nova forma de envergá-lo. Uma de minhas frases preferidas, que encerram a essência do escritor bem como o sentimento dele pelas pessoas a sua volta. “Alguns nunca enlouquecem. Que vida de merda eles devem levar.” E assim eu encerro, com o jeito “doce” de um dos melhores escritores de todos os tempos. Acho que com ele, eu descobri o real sentimento que um escritor deve ter, e como sua mente deve funcionar, não estou dizendo que os jovens escritores devam ser rudes e amargos, mas sim para libertarem suas almas na hora de escrever, que sejam honestos com os leitores e consigo mesmos. A verdadeira escrita vem da alma, quem escreve com ela, e com liberdade, quem usa a verdade e se liberta, este sim, consegue ser um real escritor, e assim foi Bukowski. Rede social Facebook-f Twitter Instagram Flickr 500px Desenvolvido por Kia Soluções

Platão e Aristóteles: o embate entre a razão e os sentidos

Home Sobre Sobre Mim Sobre o Site Textos Autores Cinema e TV Comportamento Educação Filosofia Games História Imagens Literatura Música Notícias Opinião Quadrinhos Tecnologia Vídeos Contato Home Sobre Sobre Mim Sobre o Site Textos Autores Cinema e TV Comportamento Educação Filosofia Games História Imagens Literatura Música Notícias Opinião Quadrinhos Tecnologia Vídeos Contato Maria Eloyza “Aristóteles nos chama a atenção para o fato de que não existe nada na consciência que já não tenha sido experimentado antes pelos sentidos. Platão poderia ter dito que não existe nada na natureza que não tivesse existido antes no mundo das ideias”. Jostein Gaarder, em O mundo de Sofia.